domingo

Dessa vez, talvez.

Acho que hoje ela está triste. Ela coloca esse vestido dourado, que a faz parecer uma princesa, uma princesa triste e descalça. De cabelos soltos. Descalça, de cabelos soltos e com uma garrafa na mão.
Uma princesa triste e bêbada. Quando está frio, coloca um moletom enorme. Fica ridícula, coitadinha.
Ela acha que é a única. Não é a única, não essa noite. Eu gostaria de ir até lá e ficaria especialmente (in)feliz de, dessa vez, compartilhar tal especial estado de infelicidade. E poderíamos então chorar juntos, enquanto ela faz o vestido girar, e talvez até abrir nossas bocas como em sorrisos bêbados, celebrando toda essa falta de sei-lá-o-quê que, dessa vez, seria minimamente menor com uma mera companhia giratória.

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