sábado

Vale a Pele

Enquanto assistia ao filme pensei no câncer de pele. Eu morro de medo do câncer de pele... afinal, é a pele. Todo mundo vê a pele. Não vê?
Mas, eu fiquei então pensando, em como eu me preocupo em não "pegar" câncer de pele enquanto vou caminhar de dia, seja sol ou seja nuvem, seja ao ar ou atrás de um vidro de ônibus.
E pensei em Alex Supertramp. Ele não usou o bloqueador solar durante aquela longa viagem de deserto, corredeiras, neve, hippies, vovôs e colheita de trigo.
Eu também não me preocuparia em bloquear o sol ou bloquear o que quer que fosse no lugar dele. Uma experiência como aquela faz valer o câncer de pele ou qualquer outro problema, literalmente, superficial.
O que seriam manchas na pele quando vindas de tamanha carga de experimentações e privações, na Natureza Selvagem? Comparadas às manchas que a vida de maiores privações e falsas recompensas deixam em nós? Manchas em lembranças, manchas em longas páginas vazias de dias em que nada, absolutamente nada, acontece, sem falar nas manchas na reputação - Aviso: assunto polêmico, não refletir sobre reputação - e as manchas que nós deixamos sob a pele dos outros.

A Natureza de cada um, Selvagem ou não, vale a pena. Vale a pele.

quinta-feira

Obrigada pelo Tango

Obrigada, oh meu amor, pelo tango em gramados imobiliários e praças de alimentação. Obrigada pelas flores e desenhos em cartas perfumadas. Obrigada pelas piadas internas com direito a língua presa e vozes alienígenas. Obrigada pelas danças jungle drum. Obrigada pelos registros divertidos do que um dia se pôde chamar Mundo Perfeito. Obrigada pelos passeios das madrugadas e os carinhos das manhãs. Obrigada por compartilhar da sanidade infantil, e fazer viver um passado inexistente. Obrigada por ser tão eu, tão eu mas tão longe a ocupar um espaço incômodo.
Obrigada pelo fim da dança, com direito a lamentos e respeito.
Com eterna admiração, ao meu melhor amigo.